sexta-feira, 16 de setembro de 2011

# 05 Moça comum

A cavaleira, em missão farta e cansada. Havia visitado um vilarejo perto do reino aonde prestava serviços. O Reino não era muito longe dali mais levava uma boa caminhada, principalmente se não estava a cavalo.

O próprio mundo fornecia a música para a cavaleira, andando a passos relaxados e rápidos, ela chega a uma parte perigosa, aonde haviam ladrões e assaltantes.

Olhou para si mesma. E tudo o que via eram suas roupas normais. Tsc.

Sem a armadura para se defender de flechas atiradas por qualquer lugar, mais também sem muito peso carregando, pois afinal o estupido lugar que ia não era longe.

Sem sua espada... Sem sua espada!! Como iria se defender? Somente no tapa?

Já havia feito isso antes, mais armada era mais fácil e mais legal. O Som da lamina passando pela pele e pela carne para enfim pinta-la com vermelho eram algo único...

Destemida, a cavaleira entra no lugar suspeito, um atalho para voltar a seu Reino, pois estava cansada e queria voltar logo para aquele hospício.

Não demorou muito, e a companhia em fim chegou, e não estava só, eram no mínimo uns dois. Talvez só quisessem fazer algo nessa direção, afinal a linha era reta e etc. Virou uma esquina, outra, mais uma, outra novamente, outra porra de esquina. Aonde estava? Era um labirinto de esquinas?!

Mais o que? Ainda esta com aqueles dois... estava sendo seguida.

Olhava para si novamente. Roupas normais e desarmada.

Tsc.

Rolou seus olhos no local e eis que a solução veio. Seu corpo pedia mais aquilo, sua mente nem ao menos teve tempo para relutar, quando notou já estava com um galho grande e grosso em mãos. 
Parecia mais um bastão.

Sem parar sua corrida, começava a brincar com o bastão em seus dedos, gira-lo, arremessa-lo para cima e pegar, girar sobre sua mão e seu corpo.

Parecia uma criança novamente. Apesar de ter crescido como uma princesa, a cavaleira havia tido algumas lutas de espada, então já estava familiarizada.

Um sorriso debochante tomou conta dos doces lábios da cavaleira... cavaleira? Hoje era apenas uma moça comum.

A moça comum girava aquele bastão dês do lugar que o havia achado ate o final. No começo estava tão entretida que não viu os acompanhantes que a seguiam ficando para trás, talvez por medo.. talvez não.

Quase chegou as portas de seu Reino e olhou para o objeto em suas mão, abriria um escanda-lo e tanto entrando ali manuseando o bastão.

Reportar reclamação? Ah isso não queria mesmo. Largou o bastão em qualquer lugar e foi se aproximando dos portões do Reino, mais antes de entrar nele, parou e pegou em sua mochila um cigarro, o acendeu e o deixou em sua boca e retomou sua corrida.

Ao entrar no Reino os olhos ainda continuavam moça comum, mais dessa vez por ter algo em sua boca que saia fumaça, mais a moça comum em momento nenhum tragou aquele cigarro. Deixou ele entre seus lábios e sentia o doce cheiro de hortelã sair e lhe refrescar junto do doce gosto.

Correu, caminhou, desfilou e bailou, mais não havia tragado, o gosto e o cheiro tentavam a sua vontade para fazer isso. Mais estava mesmo era curiosa, apenas um cigarro bastaria ate chegar no hospício que chamava de “lar”?

Passou pelo lugar novo, o lugar velho e o ponto, e por fim entrou e chegou em seu hospício quando chegou lá respirou fundo sentindo o cheiro de hortelã abusar de seu olfato e tragou, mais na verdade não havia nada para respirar, já estava no final do final.

Pior que cigarro de mendigo.

Sorriu e apagou na parede. Em seguida jogou em algum lixo próximo não sendo o do hospício.


Chegando no lar de loucos, jogou coisas admirou sua armadura e por fim foi se deitar, qualquer lugar
servia, mais apenas gostaria de acabar com aquele dia enquanto ainda estava bom.


Mais o dia ainda lhe trazia coisas ruins... o sonho... o pesadelo de quando tudo aconteceu, aquele fatídico dia de chuva e trovões


Ouviu hinos de louvor, cantigas de choro, e sentia as lágrimas de alguém...