A cavaleira havia sido mandada para algum outro lugar, não era uma missão, nem aventura, muito menos férias.
A rainha estava descontente com o comportamento da cavaleira, pois a princesa havia se tornado uma cavaleira que luta pela justiça e faz isso com as próprias mãos, sem falar que causou mortes de princesas dos reinos vizinhos.
Zangada ela a mandou para um vilarejo nas montanhas. E tirou a armadura e a espada da cavaleira.
- Tsc. Vadia.
Não apenas a atitude, mais tudo na linda e delicada princesa havia mudado, ela se comportava e agia como um homem, seus modos a mesa continuavam a mesma coisa, mais seu linguajado, seus tri jeitos e sua reação eram agressivas e similares a de um homem.
No vilarejo nas montanhas a vista era extremamente divina, conseguia a fronteira para os reinos vizinhos, passou a maior parte do tempo olhando a fronteira dos reinos e pensando em como estava alto ali.
- Lindo Horizonte... ou só Bela Vista, quem sabe Belo Horizonte.
Sim ela conseguia ver bem, e agora falava mais sozinha do que nunca, não havia quase ninguém naquela casa em cima das montanhas, e o vilarejo na verdade não era junto por causa das roxas e das montanhas, cada casa ou loja era separada de no mínimo 1km.
Os donos da casa quase nunca estavam, e apesar de agir e quase ser um homem, a cavaleira odiava viver de favores e incomodar alguém, por isso não pedia muito além do necessário, ou quase pouco necessário.
- Tem um pouco de mulher em você afinal!!
Riu, ela era agora sua melhor companhia, bem melhor do que nada, falar sozinha parecia coisa de louco, mais era engraçado o conforto que isso a dava.
Havia um cavalo, ele era branco e cinza, seu nome era Chuvisco.
- Chuvisco? Que raios de nome é esse?
A cavaleira montava em Chuvisco vez ou outra, e ia para longe, em uma mina a tão famosa “Pedreira”. Lá era grande e um ótimo lugar para escalar, isso a motivava a seguir uma trilha perto da Pedreira apenas para ver outros reinos de outros ângulos.
Depois quando todos voltavam ela estava em casa já, arrumada e entretida com o por do sol, eles a convidavam para sair quase toda a noite para ir ao vilarejo. Eles mostraram algo estranho para a cavaleira, algo que ela pareceu ver em um sonho antes.
“- Eu vi a morte, ela era verde e tinha cheiro de hortelã...”.
Era a única coisa que se lembrava, uma frase. Mas melhor que nada. Então eles montaram em algo que parecia um cavalo, porem com uma coisa estranha em seu rosto, e era vermelho!!
“- Ue? Eu já subi nisso em algumas vezes não?”
Pensava ela, o vermelho lhe era familiar e muito fácil de comandar, porem ele era muito indomável, e parava sempre que quisesse.
Havia dois cavalos assim, o vermelho que estava e um verde... a cor era estranha, mais de onde haviam saído bichos assim?? E o pobre Chuvisco?
A cavaleira foi no vermelho com a dona da casa, enquanto o pai e suas crianças iam no verde e assim cavalgaram ate a cidade, porem eles iam pelas muitas trilhas que haviam por ali, por isso ninguém os notou, e eles sempre paravam pouco antes de alguma casa e iam o resto a pé.
Porem enquanto cavalgava a cavaleira sentiu um cheiro familiar.
“... E tinha cheiro de hortelã”
Olhou para cima e viu o céu noturno e suas diversas estrelas, nunca havia visto tantas estrelas assim!! O céu estava azul escuro e havia um cheiro de hortelã no ar, seus olhos apenas estavam no céu, mais antes eles estavam nas arvores, verdes e grande. Casas para as muitas criaturas que haviam por ali.
No vilarejo eles jantaram, havia um presunto realmente delicioso naquele lugar. A culinário dos nativos das montanhas era realmente espetacular. Mas nunca em sua vida havia comido tão bem, e assim o sono veio dominar seu corpo, seus olhos pesavam um pouco e logo olhou o relógio do lugar.
- 20:42?!
Com sono tão cedo!! Como pode?? Aquele lugar a estava enfeitiçando!!
Quando voltaram, a Dona da casa deixou a cavaleira guiar aquela fera vermelha, foi fácil... quando não tinha uma ladeira para subirem.
Em seu novo lar, era ainda 21:24 e a noite estava meio fresca mais a casa era aquecida pela lareira... por uma das três.
Cansada e quase perdendo contra seu sono ela resolveu descansar, surpreendentemente os donos da casa não estranharam... Pois eles também estavam indo?!
22:00 – Havia adormecido
23h – Continuava dormindo
00h – Dormindo...
01h – ZzZ...
02h – Já estava começando a ter um sonho
03h – O sonho começava a entretê-la.
04h – O sonho estava em seu ponto clímax.
05h – O sonho por fim havia acabado deixando a memoria da cavaleira.
06h – A cavaleira abre os olhos achando que era tarde e que tinha dormido demais.
06:20 ~ 07h – Surpresa e amaldiçoando aquele paraíso, ela admirava o nascer do sol enquanto tentava lembrar do que havia sonhado.
07:20~08h – Tomava café com os donos da casa enquanto ele e as crianças se preparavam para sair.
08~19h – Passava o restante do tempo sozinha conversando consigo mesma ou admirando a paisagem quando o tempo lhe era favorável.
Hoje por exemplo em seu quarto dia de estadia no vilarejo das montanhas, o céu esta claro, porem é tomado por cores tristes como cinza, branco, preto. Nenhum traço daquele lindo céu azul que tanto via.
E hoje ela não viu o nascer do sol, pois as nuvens o cobriam. E muito provavelmente não vera o por do sol e nem aquele lindo céu noturno.
Ela também subestimou o clima daquelas montanhas, sua garganta doeu assim que respirou o primeiro ar frio do começo de manha, e doeu o restante do dia e sempre estava com frio. Estava começando a ficar doente porque naquela montanha era muito fria.
Havia dois cães naquele lugar, apesar deles não terem muito pelo eles sobreviviam naquele lugar frio, um se chamava Zeca, era um cão tão grande que de pé era maior que a cavaleira.
Mais sua carência e amor também era equivalente ao seu tamanho, pois ele sempre seguia a cavaleira pra qualquer lugar que ela ia, ate mesmo quando ela saia com o cavalo vermelho ou com Chuvisco ele a seguia.
O outro era mais para a Dona da casa, uma cachorrinha pequena e manhosa, realmente uma graça, ela também seguia a cavaleira pra onde ela ia, o que ela achava ate engraçado, mais ela sabia que nenhum dos dois poderia entrar na casa por isso eles só a seguiam quando ela saia.
Havia também uma empregada, mais ela era muda. Então não poderia falar com ela, ela limpava aquele lugar. Mesmo estando lá poucos dias a cavaleira percebia que ela era bem devagar e seu jeito de limpar era estranho.
Limpava um pouco em baixo, ai subia e limpava em cima, ai ela sumia e depois voltava para limpar um pouco em baixo, e depois em cima...
- Porra limpa logo um canto da casa mulher!!
Com dor de garganta, sempre que a cavaleira comia ou bebia alguma coisa essa dor passava de leve, por isso comia sempre que podia uma coisinha ou outra, mas a secura e o inchaço de sua garganta era realmente um incomodo.
- Alo?
Que? Quem disse alo?
Ouviu gritos e então entrou para ver e viu a empregada gritar com o telefone.
- Ah... Então você fala, achei que fosse muda!!
Que seja... Mulher estranha. Voltou para fora para ver a paisagem, era o único atrativo que deixava a mente, alma e o coração da cavaleira calmo. Conseguia ver diversas arvores e algumas casas no meio delas, as montanhas estavam meio azuladas pela mistura de cinza claro, escuro, e agora branco.
Escutava um canção baixa, seria o que aprendeu mais não se lembra como usar?
- ...??
A música era envolvente novamente, mais não era embriagante. A fez ter vontade de pegar sua espada, e prega-la no chão.
- Que isso... Você esta ficando louca.
Voltou para dentro de casa desviando da empregada que gritava com o telefone ainda.
Por todo o restando do quarto dia, ficaria confinada em seus aposentos lendo ou então dormindo, esperando que amanha possa caminhar com o Chuvisco em um céu lindo e falar consigo mesma...